De onde vem os recursos para o pagamento de salários, aluguel e outras despesas de sua empresa? E de onde vem o dinheiro para quitar a conta de luz/água da sua casa, compras do mês, escola dos filhos e outros gastos pessoais? Se as duas respostas apontam para a mesma fonte de renda então é hora de acender o sinal vermelho. Isso porque não separar as contas físicas das jurídicas é um erro que pode colocar em risco suas finanças.
Não separar as contas físicas das jurídicas pode resultar em diversas situações que causam problemas tanto para o crescimento do seu negócio, quanto para quitar as suas próprias despesas.
Neste post, você vai saber o porquê manter duas contas e como separar as contas físicas das jurídicas, garantindo recursos para quitar as dívidas e ainda investir no seu futuro pessoal e do seu negócio.
Por que separar as contas físicas das jurídicas?
Utilizar os recursos da empresa para as despesas pessoais é muito comum. Porém, é uma prática que deve ser evitada a todo custo. Isso porque você pode acabar perdendo o controle do fluxo de caixa e ter uma maior dificuldade de fazer um planejamento a longo prazo.
Além disso, em muitos casos o gestor pode ficar tentado a retirar uma porcentagem maior dos recursos. Por exemplo, vamos supor que em determinado mês, a empresa teve um lucro acima da média. Nesse caso, por quê não utilizar esse recurso que “sobrou” para, quem sabe, fazer uma viagem no final de semana? A tentação é grande, não é mesmo?
Mas o que poderia acontecer neste caso? Vamos supor que após um período sua empresa vendeu abaixo da média e fechou o mês no prejuízo. Como tapar este furo? Você vai comprometer a quitação de suas contas pessoais para isso? Vai entrar no cheque especial? Vai deixar estourar mais para frente? Percebeu a bola de neve que esta situação pode acabar se tornando?
Outro problema que você pode enfrentar diz respeito ao crescimento do seu negócio. Como saber o quanto você pode investir, se você não tem um controle claro sobre os gastos e despesas totais? Sem a separação das contas não é possível, por exemplo, saber o seu fluxo de caixa, qual o seu capital de giro ou se sua empresa teve lucro ou prejuízo.
Como separar as contas físicas das jurídicas?
Uma das principais barreiras para manter as contas em separado diz respeito à origem dos recursos. Muitos proprietários de empresa tendem a pensar que como são donos do negócio, todo o lucro gerado está a sua disposição para utilizar como bem entender.
Pois se você pensa dessa forma, está na hora de mudar. Como visto anteriormente, isso pode causar inúmeros problemas para sua empresa e para suas finanças pessoais. Mas como separar as contas físicas das jurídicas e conseguir equilibrar os recursos? Vamos ver a seguir.
1- Separe as despesas
Primeiramente, antes de mais nada, é preciso que você consiga separar as despesas pessoais das que dizem respeito à sua empresa. Às vezes, achamos que estamos apenas otimizando nosso tempo ao pagar, por exemplo, a conta de luz de casa, juntamente com a da empresa, porém, este é um erro que pode custar caro.
Por isso, é importante que você separe os dois tipos de despesa, colocando tudo no papel, ou em uma planilha. Assim, é possível controlar melhor os recursos necessários para quitar todas as contas e para que você tenha como realizar investimentos.
2- Crie contas correntes separadas
Por mais que você tenha total controle sobre entradas e saídas, é importante que você crie contas correntes separadas para pessoa física e jurídica. Assim, você garante uma maior organização da sua vida financeira profissional e pessoal.
Além disso, os bancos oferecem condições especiais para contas jurídicas, como melhores prazos para parcelamentos, concessões de crédito, entre outros.
3- Defina retiradas
Após conhecer suas despesas, é preciso definir o quanto você vai retirar do lucro da empresa por mês. Esse valor deve ser fixo, ou então baseado em porcentagem do faturamento. Conheça abaixo as alternativas para a retirada de recursos:
Pró-labore – Ele é diferente do salário, por não possuir regras obrigatórias quanto ao 13º salário, FGTS, férias, entre outras. Assim, todos estes benefícios trabalhistas são opcionais e acordados em contrato. Para calcular o valor ideal para o pró-labore leve em conta o quanto um funcionário deveria receber para exercer as funções que você exerce.
Dividendos – É a divisão do lucro mensal da empresa entre os sócios. Por exemplo, se sua empresa lucre R$ 60 mil no mês e você possua outros dois sócios, cada um irá receber R$ 20 mil.
Porém, é importante separar uma parte dos recursos para investimento na própria empresa. Portanto, é importante estabelecer um percentual para garantir o futuro da operação.
Salário – Mesmo sendo dono da empresa, é importante que você defina um valor para a retirada mensal. Assim, você terá um salário fixo e não irá retirar do caixa da empresa recursos desnecessários.
Espero ter te auxiliado a entender como separar as contas físicas das jurídicas.